Este ano o Projeto Sócio Cultural Anjos da Lata celebra dez anos de atividades. Com palestras sobre educação ambiental, cultura popular e oficinas de construção de instrumentos musicais a partir de sucata, o idealizador, Anselmo Parabá está circulando pela Baixada Cuiabana levando cultura, arte e conscientização para crianças e adolescentes, tendo a música como principal aliada.
Intitulado Batuca MT, o projeto vai circular por dez municípios mato-grossenses. Realizado sempre em escolas da rede pública de ensino, Parabá compartilha sua tecnologia de ensino e conceitos que ajudam a conscientizar sobre a eminente crise climática por meio do ensino musical e ideias de reciclagem e reutilização de matérias como latas, garrafas pet, plásticos e outros tipos de lixo seco.
Até o início de 2024 o Batuca MT terá circulado por Cuiabá, Santo Antônio, Livramento, Chapada dos Guimarães, Acorizal, Jangada, Planalto da Serra, Barão de Melgaço, Poconé e Várzea Grande.
“O Projeto Anjos da Lata completou dez anos em 2023, mas minha pesquisa com instrumentos musicais construídos a partir de sucata já chegou a maior idade, são 18 anos dedicados a essa prática. Durante uma década viajamos para mais de 70 municípios de Mato Grosso batucando lata, falando sobre a necessidade de reutilizar e sobre a importância do meio ambiente equilibrado para nossas vidas”, alerta Parabá.
Com realização do Instituto INCA – Inclusão, Cidadania e Ação, e emenda parlamentar do deputado Dr. João, o projeto Batuca MT já alcançou mais de 200 estudantes da rede pública de ensino.
“Esse projeto não seria possível sem o empenho hercúleo do deputado Beto Dois a Um, que apesar de não ter emendas parlamentares este ano, articulou fortemente como o Dr. João para que pudéssemos circular. Beto é um grande entusiasta do projeto, é um apaixonado por cultura popular, por arte e educação, é sensível às causas sociais e possui grande conexão com a música, não tinha como dar errado”, destaca Parabá.
A partir de janeiro os municípios de Planalto da Serra, Barão de Melgaço, Poconé e Várzea Grande receberão o Batuca MT, concluindo assim o projeto em dez municípios mato-grossenses.
“ A segunda edição do Batuca MT, programada para o ano que vem, vai alcançar outros dez municípios. Estamos pensando em novos instrumentos musicais, novos formatos de apresentação e novos repertórios. Aliás, temos muitos planos para 2024 que incluem uma orquestra, carnaval sustentável e o Festival de Tambores”, adianta Parabá.
Anjos da Lata 2024
Atualmente o Projeto Sócio Cultural Anjos da Lata sustenta dois grupos permanentes, um em Várzea Grande, que atende 20 jovens de 7 a 15 anos no Centro Comunitário do Bairro Ponte Nova, todas as terças-feiras, e o outro grupo em Cuiabá, formado por adultos que se reúnem todas as segundas-feiras na Casa das Pretas, no Centro Histórico da capital.
“A partir desses dois grupos, várias ações, apresentações e formatos estão programados para 2024. Entre eles o Carnaval Social Sustentável, em que a entrada será qualquer material reciclável para a construção de novos instrumentos e a partir daí a criação de um novo grupo nas ocupações do Contorno Leste, onde vivem cerca de três mil pessoas”, adianta Parabá.
Outra proposta pensada para 2024 é a criação de uma orquestra inteiramente dedicada a instrumentos construídos a partir de sucata.
“Estamos preparando uma orquestra de sucata programada para estrear em junho, mês do meio ambiente. Esse lado da música relacionada às questão da militância pelo meio ambiente veio de mineira muito natura, já fazíamos educação ambiental na pratica, e agora tá ganhando muita notoriedade com as condições climáticas atuais. Uma orquestra sinfônica, com todos os naipes de instrumentos, todos de sucata, vai chamar muito a atenção para a causa ambiental”, explica Parabá.
Para 2024, o projeto Anjos da Lata também vai lançar a segunda edição do Festival de Tambores do Mato, evento que reunirá grupos da Baixada Cuiabana de percussão, maracatu, blocos de carnaval e batuques de matrizes africanas.
“Nossa maior meta para 2024, no entanto, é a aquisição de uma sede própria. Nascemos como uma startup social e queríamos estar em todos os lugares. Dez anos depois, depois de muita circulação, precisamos agora de um lugar para nos estabelecermos como instituição de ensino, oficina de construção de instrumentos, ateliê”, almeja Anselmo Parabá.
Da Assessoria